25 de mai. de 2010

À minha vó!

Ao invés de uma forte e avassaladora tristeza, choro e desespero, o que sinto, o que guardo e o que guardarei comigo, sempre, são sentimentos melhores, e maiores. Saudade, que traz consigo não a tristeza da perda mas o privilégio de um dia ter tido. Gratidão que é melhor que o desespero pois sei e reconheço tudo o que fez por mim e pelos de casa, para sempre sua família. E ainda a sensação de que fiz o que podia fazer, de que aproveitei tudo o que tinha pra aproveitar, e de que se não fui melhor é porque sou humano e como qualquer outro erro.

Depois de uma vida longa, repleta de alegrias, como também de dificuldades, tristezas e superação, não cabe a mim ou a quem quer que seja, lamentar ou questionar o porquê? Partistes mas saiba que a mim ensinou muito, e se não aprendi mais foi pura incapacidade minha.

Jamais esquecerei que me ensinou a cozinha, a fazer pão, bolo, ou bolinhos de chuva; nem tão pouco os elogios que fazia a minha comida; não esquecerei da mulher forte que ajudou a me criar, na minha formação e educação; nem tão pouco que fostes a primeira pessoa que me deu um livro, e com isso, abriu as portas para o meu futuro e mundo, atual; agradeço os ensinamentos, as várias ajudas, a paciência e ao amor dedicados não só à mim como aos meus.

Ao longo da minha vida jamais esquecerei da senhora de corpo frágil, extremamente religiosa, de coragem absurda, e com uma força admirável. Que não sucumbiu as dores, nem as dificuldades da vida. Mas que eu via apenas como vó. Que tenhas a paz e o descaso merecidos, e a consciência de que à mim fez inúmeras coisas boas e que para sempre permanecerá em minha memória e em meu coração...

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