26 de set. de 2010

Devaneios dos embalos de uma sexta à noite


(retirado do caderno vermelho)

Ao som de Wild is the Wind


e de repente ali estávamos nós. chegastes quando já não esperava mais despertando um sorriso que fugiu dos meus lábios sem que eu percebesse, e a promessa de que a noite seria nossa. e depois? entre luzes que piscavam alucinantes e músicas que ecoavam, primeiro foi a voz rouca de ana carolina, depois outras tantas que nem lembro mais, pois, em minha mente a voz rouca que ecoava era cat powet cantando love me love me. ali estávamos nós a poucos passos um do outro. mas me faltou o primeiro passo. agora me falta explicação. por um motivo qualquer, que ainda não sei nomear não tive o ímpeto de dar o primeiro passo, um primeiro gesto, a primeira tentativa de cumprir a promessa que havia sido anunciada. coragem? não. como que o porra-loca, o meio sem noção da turma, o único que tem coragem de dizer o que a grande maioria não dizia, agora não tinha coragem de ir ao encontro da única coisa que lhe faltava naquela noite de sexta. mas a pequena distância parecia quilômetros, as palavras não vinham, estava paralisado, a única coisa que me passava pela cabeça era: “o que eu faço agora?” mas, como você já fez isso outras vezes? é. não sei. na verdade só sei que não fui. e ainda não arranjei desculpa ou explicação. também não me arrependo. na medida do possível deu tudo certo, me divertir, distraí minha mente depois de uma semana turbulenta. e dormí, em paz, sozinho e feliz. a dor que sentia até semanas atrás e temi que voltasse nem apareceu. eu disse que ia ser diferente, não disse. quem sabe da próxima vez a coragem venha, e com ela a promessa se cumpra. ou então, seguiremos nossos caminhos pararelos. e a promessa ficara naquela sexta feira de chuva.

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