17 de ago. de 2014



É preciso: 
virar a página
saltar do carro em movimento
fechar a porta e nunca mais voltar a bater
mudar os ares, 
de cidade,
de país
quem sabe de continente
queimar fotografias
redistribuir os presentes
formatar o HD
pintar as paredes do quarto
apagar as memórias
enterrar os seus restos
te mandar a puta que pariu
mas ainda não consegui dizer adeus

16 de ago. de 2014

entre rostos, bocas e corpos que sobrevivem na memória
há sempre aqueles que tornam esses momentos de silêncio e solidão
momentos de dúvidas hipotéticas de se:
tivessem ficado, correspondido, insistido.
Talvez a cama coubesse mais um
a cidade não seria tão grande para um solitário sozinho
a chuva fina que caí lá fora não serviria como desculpa para se
      [enfiar sob os cobertores e esquecer que afinal é sábado à noite
a angústia seria menor
talvez

nada é certo 
só a velha dor que insistiu em dar as caras!